Feira do Produtor: Comida saudável e fomento à agricultura familiar

As Feiras do Produtor são uma opção de venda dos produtos da agricultura familiar para os moradores de Guarapuava. Além de oferecer alimentos frescos, recém-colhidos do campo, a atividade é uma oportunidade de negócio e de renda para os feirantes.

“Participo da feira desde o início. Trabalho com hortaliças e algumas frutas. A feira é muito importante para nós, produtores, porque é um local de negócios, onde tudo o que produzimos é vendido. Também é importante para o consumidor, pois em todas as edições, os produtos são frescos. A gente se levanta cedo, colhe tudo fresquinho, prepara com carinho e vende à tarde. Isso é o que nos diferencia”, destacou Kelly Cristina Collin, de 25 anos, agricultora do distrito do Guairacá.

A variedade de itens vai desde produtos de panificação, até frutas, verduras, legumes, embutidos, doces, artesanatos e flores. Os produtores esperam que cada vez mais, os moradores procurem as feiras.

“Eu participo de todas as feiras. Elas me ajudam muito na renda familiar. É um trabalho que eu consigo conciliar com os afazeres de casa e com a criação dos filhos. É uma fonte de renda, um local de trabalho para a gente. No meu caso, eu comecei desde o início com venda de bolachas, geleias, sonhos, conservas, compotas, tudo caseiro”, contou a produtora rural, Adriana Bona, de 41 anos.

Quem conhece sabe que o diferencial das Feiras, além dos preços, é a variedade de itens. Maria Clair de Almeida Gomes, de 80 anos, moradora do centro de Guarapuava, é uma das pessoas que marcam presença na feirinha do Bairro Santana.

“Eu venho desde que começou. Toda semana estou aqui. Os produtos dos agricultores são diferentes. Eu gosto muito”, disse.

Cronograma das Feiras:

– Paróquia Santana – terças-feiras – 13h às 17h

– Paróquia São João Bosco (Vila Carli) – quintas-feiras – 13h às 17h

– Paróquia Santa Cruz – quintas-feiras – 13h às 17h

– Igreja São pedro e São Paulo, no Xarquinho – sextas-feiras – 13h às 17h

– Rua XV de Novembro (Em frente a Pernambucanas) – sábados – 08h às 12h

– Bairro São Cristóvão (Ginásio Municipal José Carlos Kurta) – sábados – 8h às 12h.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.