Portal Ame-se fortalece protagonismo feminino no Paraná

Criado há quase dois anos, o Ame-se – Portal da Mulher Paranaense valoriza a mulher e leva mais informações e conteúdo diferenciado ao público feminino. Já são pelo menos 30 episódios de spots de áudio divulgados na Rádio Educativa, oito videocasts e dezenas de matérias publicadas no portal com pautas sobre o universo feminino. Milhares de pessoas já visualizaram os conteúdos.

O portal é uma das ferramentas do Governo do Estado para fortalecer e defender o protagonismo das mulheres no Paraná. Em seu Plano de Governo, o governador Carlos Massa Ratinho Junior afirma que as mulheres devem ser plenamente reconhecidas e cabe ao governo agir para equilibrar a sua representatividade em todas as áreas.

O Ame-se está no ar desde março de 2021 com o intuito de ajudar mulheres a encontrar serviços de saúde, segurança, empreendedorismo e assistência social, todos centralizados para facilitar o acesso do público. Há também informações sobre educação, capacitação, cidadania e pautas de interesse feminino.

VídeosCasts – Entre os videocasts com temas de interesse da mulher está o “Mulheres na Ciência”, que teve como convidadas as pesquisadoras Jaiesa Nadolny, doutora em Biologia Celular e Molecular pela Universidade Federal do Paraná e gerente do Centro de Desenvolvimento e Produção de Medicamentos Biológicos do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar); Camila Silveira, doutora em Educação para a Ciência pela Unesp, que desenvolve o projeto Meninas e Mulheres nas Ciências; e Débora Santana, pró-reitora de Extensão e Cultura da UEM.

Houve episódio sobre Empoderamento Feminino, com Silvane Farah, coordenadora do Departamento de Garantias dos Direitos da Mulher da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho, e Priscilla Dalmarco, maquiadora, filósofa e mestre em educação que desenvolve projetos de automaquiagem e de escuta para vítimas de violência. Elas falaram sobre as diferentes faces do empoderamento feminino: autonomia, realidade das mulheres, autoimagem, consciência e autocuidado.

Outros temas já abordados nos videoscasts foram Mulheres no Esporte, Violência Psicológica, Empreendedorismo Feminino e Direitos da Mulher. A proposta é trazer histórias de vida, de trabalho, de dedicação e de comprometimento. São trajetórias e ideias que podem inspirar outras mulheres.

Spots – Os spots, por sua vez, são um resumo das matérias publicadas no portal. Entre os assuntos de destaque estão o cenário musical, Síndrome de Burnout, imigrantes, jogos digitais, maternidade e adoção, viagem sozinha, bolsa de valores. Além desses conteúdos, o Ame-se fez parte da frente de apoio à conscientização do câncer de mama e de colo do útero, na campanha Outubro Rosa.

Em parceria com a Secretaria estadual da Comunicação Social e da Cultura foram elaborados materiais gráficos para o evento do Outubro Rosa, no Palácio Iguaçu. O evento foi organizado pela primeira-dama e presidente do Conselho de Ação Solidária, Luciana Saito Massa

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.