Agricultoras de Guarapuava participam de campanha do Outubro Rosa

Nessa quarta-feira (19), a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres e a Secretaria de Agricultura, em parceria com o Departamento de Enfermagem da Unicentro e com o Instituto Embelleze, realizaram o Dia D da campanha Outubro Rosa para mulheres agricultoras. O objetivo do evento foi proporcionar um dia especial voltado à campanha, assim como despertar a importância do autocuidado, sobretudo por estarem em lugares mais afastados, vivendo no campo. 

“Nós estamos fazendo este projeto hoje com as agricultoras, por meio de um projeto piloto que está sendo desenvolvido no Assentamento Rosa, para que desta forma, possam fazer a coleta do preventivo e para agendar as mamografias. Ademais, hoje (elas) passarão por um dia diferente, não apenas com instrução sobre a saúde da mulher, mas também com maquiagem e cuidados sobre a pele”, destacou a diretora do departamento de gestão da secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, Laura Maria Iatskiu Vasconcelos.

“Este momento é muito importante, pois sabemos que há dificuldades no acesso à saúde e assistência social. Estamos propiciando essa oportunidade a elas, além de trabalhar a parte de cuidados com a beleza, o empoderamento e a importância de ser mulher”, completou.

Durante a programação, as mulheres puderam aprender detalhadamente com estudantes de enfermagem, tudo sobre cada aparelho usado para realizar a coleta do preventivo, assim como os cuidados com a saúde; o monitoramento; como são realizadas as mamografias; explicações sobre o câncer de colo de útero e câncer de mama.

“Tanto o preventivo quanto a mamografia, detectam o câncer. E no dia de hoje, nós estamos aproveitando para ter um cuidado maior e melhor com essas mulheres, e não apenas cuidando da saúde feminina, mas também trabalhando a autoimagem delas.

Nesse Dia D, explicamos para cada uma como são feitos cada exame e também como elas devem fazer o autoexame dos seios, pois através do toque, já se pode perceber, se, porventura, há algo de errado. Aqui frisamos o quanto é importante o cuidado e a frequência nesses exames, sempre que necessário”, explicou a graduanda de enfermagem, Nayane Menon Galvão.

Um dia totalmente dedicado para esses assuntos é muito essencial na vida daqueles que principalmente não têm muito tempo. Nossa saúde tem que estar em primeiro lugar. É por meio desses exames que conseguimos nos prevenir e detectar alguma coisa, e, consequentemente, tratar e viver com qualidade e por muito mais anos”, enfatizou a agricultora do Assentamento Rosa.

E ainda, para trabalhar a autoestima e aprender sobre cuidados com a pele devido à exposição ao sol por muito tempo, as agricultoras receberam algumas dicas sobre protetor solar, hidratantes de pele e ganharam uma aplicação de maquiagem, realizada por maquiadoras do Instituto Embelleze de Guarapuava.

“Nós estamos contentes em poder proporcionar a elas esse dia, deixando cada uma ainda mais bonita, e mostrando que elas precisam se cuidar por dentro e por fora. Cuidar da autoestima faz parte do bem-estar, e hoje o nosso intuito é justamente esse, passar para essas mulheres trabalhadoras que elas precisam se cuidar e se sentir lindas sempre, pois elas merecem muito”, finalizou a professora de maquiagem, Vitória Bender.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.