A Feira Agroecológica da Unicentro completa, em 2022, 13 anos de existência. Institucionalizada como projeto de extensão em 2009, no câmpus Cedeteg, a feira conquistou a comunidade acadêmica e se expandiu para as outras sedes da universidade. Há oito anos, ela é realizada semanalmente no câmpus Irati como uma forma de proporcionar, além de alimentos frescos e saudáveis, um ambiente de diálogo e formação.
Para comemorar o aniversário da feira, produtores rurais, alunos e professores se reuniram, na última semana, em uma programação especial. “Celebrar essa data reunindo todos os envolvidos no projeto foi importante, porque todos fazem parte dessa construção que iniciou em 2014, todos são protagonistas desse projeto ao se comprometerem de diferentes formas para o fortalecimento da agricultura familiar agroecológica e para a produção e troca de conhecimentos que se estabelecem nas atividades”, destaca a coordenadora pedagógica da ação extenionista, professora Fernanda Keiko Ikuta.
Durante o evento, a equipe do projeto promoveu uma roda de mate e debate, uma ação tradicional da Feira Agroecológica em Irati. As vivências de mulheres agricultoras, conta a professora Fernanda, foi uma das temáticas abordadas.
“Foi uma demanda das agricultoras da feira e teve como objetivo dialogar sobre os problemas, conflitos e desafios delas. Mas, também, teve o objetivo de apresentar e oferecer a elas e as demais participantes, experiências, grupos, pessoas, enfim, uma rede de apoio que já existe fora e dentro da universidade”.
O coordenador geral do projeto, professor Jorge Luiz Favaro, também destaca que o momento vai além da celebração anual, pois, “a partir do momento que você comemora, você revitaliza o projeto, você faz um diagnóstico, você repensa o projeto. A ideia é realmente o fortalecimento”.
Eliane Muchenski é uma das feirantes que participou da comemoração. Há dois anos, a produtora agroecológica de Rebouças participa da feira com a venda de hortaliças, grãos e frutas orgânicas. “Está sendo bem importante nossa divulgação dos produtos, todos agroecológicos, são todos certificados com liberação da vigilância sanitária e também com certificado orgânico”. Além da qualidade dos alimentos, Eliane enfatizou o apoio da universidade. “A gente está conhecendo mais pessoas e, também, vê que a gente tem o apoio dos profissionais que ali ajudam. Está sendo bem ressaltado isso: a valorização da agricultura familiar”.
É o que também constata o reitor da Unicentro, professor Fábio Hernandes, que esteve presente na comemoração. “É essa integração entre a comunidade e a universidade. E, também, a partir da comercialização de produtos, a gente colabora com pequenos produtores, pequenos agricultores. Para Unicentro, é uma alegria muito grande ter um projeto dessa dimensão, deste significado”.
Desde o início deste ano letivo, a feira também conta com a participação de indígenas Kaingang, que comercializam artesanatos. A Danieli Finhgre, aluna de Psicologia, atua como voluntária e auxilia nesta parceria. “Como eu sou indígena, a gente tem muita relação com a agroecologia. Eu vi que a feira fazia a mesma coisa, era essa mesma proposta. Tanto os agricultores quanto os indígenas, a gente tem uma relação muito forte com a terra, porque a terra nos dá sustento, nos dá sobrevivência”, comenta.
A programação de aniversário também foi marcada pelo lançamento de três publicações – a primeira edição do boletim informativo da Feira Agroecológica; o livro “Experiências e reflexões extensionistas”, uma produção do Núcleo Multidisciplinar de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica da Unicentro; e o Atlas da Questão Agrária no Paraná, de autoria do Observatório da Questão Agrária no Paraná, que é, como explica a professora Fernanda, “uma rede de pesquisadoras e pesquisadores de oito instituições públicas de ensino superior do Paraná, da qual, alguns de nós da feira, fazemos parte e contribuímos como autores a partir da nossa experiência com a extensão da feira”.
No câmpus Irati, a Feira Agroecológica é realizada toda quinta-feira, das 10h às 14h.