O Centro de Atendimento à Fauna Silvestre da Unicentro (Cafs) recebeu, na noite dessa quarta-feira (03), mais um filhote resgatado na região de Guarapuava. Dessa vez, é um gato do mato de apenas 100 gramas, que estava numa propriedade rural localizada no município de Goioxim. Os trabalhadores da fazenda, procuraram o serviço da Unicentro e, inicialmente, receberam orientações de como proceder.
“Nós orientamos que eles deixassem o animal lá e não mexessem para a mãe voltar e pegar esse filhote, continuar dando de mamar, cuidando dele, que é o comportamento normal da espécie. É bem importante que as pessoas saibam que os felinos deixam os recém-nascidos em uma moita, em um galho, numa toquinha e fica lá escondido. Ela vai, caça, usa o seu território, faz as suas atividades do dia e volta para dar de mamar no intervalo que é próprio de cada espécie”, explica o coordenador do Cafs, professor Rodrigo Antonio Martins de Souza.
Porém, conta o docente, com o avanço do horário e o não retorno da mãe, a estratégia precisou ser alterada. “Eles ficaram monitorando o dia todo até o período da noite. Então, a mãe realmente não retornou – talvez até mesmo pela presença das pessoas que trabalham na região, por cães, ou, porque aconteceu alguma coisa com ela. Como já estava tarde da noite, o animal estava no sereno, molhado, faminto, tentando procurar a mãe que não voltava, eles acabaram resgatando e trazendo para o Cafs”.
Ao chegar ao Centro de Atendimento à Fauna Silvestre, localizado no câmpus Cedeteg, o animal foi aquecido e alimentado. Para isso, segundo Rodrigo, os médicos veterinários da unidade adotaram a técnica da ama de leite. E foi uma gata doméstica que cumpriu esse papel. “Essa gata prontamente adotou esse gato do mato e passou a higienizar o seu pelo, a estimular sua pele com a lambedura, a ajudar ele a fazer as necessidades e a amamentar”.
O filhote de gato do mato deve ser mantido no Cafs, recebendo atendimento, até se tornar independente. O objetivo dos profissionais do Cafs, complementa Rodrigo, é que esse gato seja mantido em estado selvagem para que ele tenha condições de se readequar a vida fora do cativeiro. “Se for um animal que se desenvolva com um aspecto bravio, que ele consiga bater presa e não se vincule ao ser humano, ele tem uma chance de ser solto. Senão, ele vai ter que ir para um criadouro, um mantenedouro, um zoológico”, finaliza.