Foto: Assessoria Unicentro
Uma das vítimas foi o Seu Nelson, muito conhecido pela comunidade do bairro
Um homem foi encontrado morto com marcas de violência na quinta feira (07) da semana passada, na praça em frente à Unicentro, no bairro Santa Cruz. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o corpo foi encontrado por populares por volta do meio dia. A vítima era Nelson Alves Hilário, de 53 anos, um morador de rua muito conhecido pela comunidade acadêmica da Unicentro, pois há anos ficava pelas redondezas. Seu Nelson, como era chamado, estava caído ao lado da quadra de esportes, com marcas de agressão. Várias pedras utilizadas nas agressões estavam ao lado do corpo.
Muitos estudantes lamentaram a morte de Seu Nelson nas redes sociais. Pra muitos ele não tinha nem nome, e infelizmente vai continuar não tendo. Ele estava sempre ali pela Unicentro sem ser notado pela maioria. É difícil acreditar que coisas assim continuem acontecendo, mas acontecem e passam, e daqui a pouco ninguém mais lembra, disse a ex-acadêmica de Jornalismo, Pamela Andrade, em um post no facebook.
Desde quando entrei na Unicentro, o Seu Nelson já estava por ali. Sempre muito simpático. Que notícia absurdamente triste. Descanse em paz, lamentou Guilherme Ferreira, acadêmico de História.
O corpo de Nelson Alves foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava, que registrou a causa da morte como agressão física. O caso foi investigado pela Polícia Civil, e Maikon Leandro da Silva foi apontado por uma testemunha como o autor das pedradas que vitimaram Nelson. Ele chegou a ser ouvido pela equipe de Homicídios, porém, como não foi pego em flagrante, ele foi liberado. Na última terça feira (12), a Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra Maikon, que foi detido pelos policiais civis em sua casa, no bairro Dos Estados. Ele está preso na cadeia pública anexa à 14ª SDP.
JULHO
Em julho houve outras duas ocorrências de violência contra moradores de rua. No dia 29, um senhor de 67 anos foi encontrado levemente ferido na mesma praça. O Corpo de Bombeiros foi chamado para apagar um incêndio no banheiro público e, ao chegar ao local, encontraram a vítima, que sobreviveu ao incêndio. A vítima foi agredida no local antes do início do fogo. Dias antes, em 12 de julho, um outro morador de rua foi encontrado morto no mesmo banheiro público da praça. Luis Carlos Ferreira Monteiro, o ‘Didi’, tinha 54 anos, morava na rua por opção e era usuário de drogas.
Na época, em nota, a Secretaria Municipal de Assistência Social afirmou que acompanha pessoas em situação de rua por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras). Segundo a secretaria, os familiares são procurados para reestabelecer vínculos e os moradores de rua, encaminhados para serviços de saúde. Porém, muitas vezes, quem vive nas ruas não aceita as intervenções.