Saúde promove curso de socorristas para atendimento no Siate em três cidades

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) promove, a partir do dia 2 de maio, um curso de socorristas para o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate). São 144 vagas, sendo 120 para oficiais e praças do Corpo de Bombeiros do Paraná e 24 para outros órgãos e entidades civis do Estado. As inscrições já estão abertas e devem seguir até 20 de abril.

As aulas serão finalizadas em 31 de julho deste ano, seguindo as normativas da Portaria do Ministério da Saúde nº 2048/02.

Para participar do curso, os interessados devem procurar seu empregador, para que a instituição entre em contato com uma Regional de Saúde.

A iniciativa, por meio da Escola de Saúde Pública do Paraná (ESPP) em parceria com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, tem como objetivo fortalecer a atuação dos socorristas na atenção pré-hospitalar, primeiros-socorros e na prestação de atendimento ágil e seguro aos pacientes.

“Precisamos preparar os profissionais para as situações relacionadas ao trauma, com atendimento qualificado, regionalizado e com muita agilidade. São diversos os acidentes em que o Siate é acionado, desde acidentes de trânsito, com arma de fogo, soterramentos, entre outros”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.

Atendimento – A assistência ao parto e recém-nascido, traumatismos específicos – atendimento à vítima de queimadura, emergências psiquiátricas, atendimento inicial à vítima de trauma e sinais vitais são algumas das disciplinas que farão parte da capacitação.

O curso terá duas turmas em Curitiba, uma em Cascavel e uma em Londrina, com aulas presenciais e a distância. A carga horária é de 430 horas, sendo 149 horas de responsabilidade da Sesa, com aulas práticas. Outras 93 horas de aulas teóricas, e as demais horas, deverão ser preenchidas com as atividades previstas, como estágios em ambulâncias e visitas técnicas.

Esta é a segunda edição do curso neste formato. No ano passado, 114 bombeiros militares socorristas se formaram no treinamento para atuar em todo Estado nas ambulâncias do Siate. A intenção das secretarias que fazem parte do projeto é que cinco turmas sejam formadas por ano.

Siate – O Siate é um serviço prestado pelo Corpo de Bombeiros do Paraná em conjunto com a Secretaria Estadual da Saúde e tem por missão atender às vítimas de acidentes, procurando dar socorro imediato adequado e condições ideais de transporte aos hospitais, a fim de evitar o agravamento das lesões e melhorar as chances de sobrevivência do acidentado.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.