Para mergulhar nas experiências que geram grandes resultados na área da inovação, uma comitiva da Prefeitura de Guarapuava, liderada pelo prefeito Celso Góes, com integrantes da Secretaria de Desenvolvimento, participou da Missão de Inovação promovida pelo Sebrae/PR em Florianópolis, Santa Catarina, considerada o ‘Vale do Silício Brasileiro’ pelo forte desenvolvimento empresas de tecnologia.
“Guarapuava tem condições de despontar em novos negócios de tecnologia, principalmente nas áreas da saúde e do agronegócio. Por isso, o apoio de quem tem know-how é tão importante para impulsionar as boas iniciativas”, destacou Celso.
No auditório do Centro Empresarial Inovatec Alfa, o contato foi com nomes importantes da área, como Paulo Lamim, Tony Chierighini e Leandro Carioni. Paulo Lamim, da área de Novos Negócios, apresentou a Fundação CERTI, que há 38 anos é uma das responsáveis por fazer do ambiente de inovação em Santa Catarina um dos mais avançados do Brasil. O executivo afirma que o mérito principal da fundação é ter ajudado o conhecimento que está nas universidades a chegar ao mercado.
“A CERTI levou o conhecimento científico de pesquisa e tecnologia ao encontro das empresas que já existiam e aos empreendedores, levando ao surgimento de empresas, e para a sociedade de maneira geral, esse é nosso papel. A finalidade principal é propiciar essa ligação entre a tecnologia e o mercado, indo de encontro a necessidade das pessoas”, explanou.
A Missão Técnica do Sebrae visa aproximar os ambientes de desenvolvimento proporcionando o fortalecimento das ações. “Nosso objetivo é fomentar as conexões e absorver as metodologias de sucesso trazendo para nossa realidade os pontos fortes e os pontos a melhorar. Estamos em busca de mais subsídios para avançar nos processos já iniciados, alinhando os projetos e aprimorando as decisões”, comentou Joel Franzim Junior, gerente regional do Sebrae/PR Centro.
Leandro Carioni, executivo do Centro de Empreendedorismo Inovador da Fundação Certi, destacou o ecossistema de inovação como a base para a criação de novos negócios. Segundo ele, o principal é não reinventar roda, e sim, aproveitar programas nacionais, o marco legal da da inovação, o marco legal das startups, que define uma série de programas, e impulsionar bons projetos.
“Não dá pra copiar também. Cada cidade precisa ver quais foram as iniciativas que deram certo e se elas são sinérgicas com a cidade. O município pode investir tempo, pode investir seus esforços pra aproveitar da melhor forma essas possibilidades”, enfatizou.
Encubadora
Na Missão Técnica ganhou destaque também o CELTA, Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas, primeira Incubadora do Brasil criada pela Fundação CERTI (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras) em 1986 para aproveitar os talentos e o conhecimento gerados pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viabilizar um novo setor econômico.
Atualmente, 36 empresas estão incubadas, parte delas no Parque Tecnológico Alfa, mas 118 já foram graduadas (formadas).
“Hoje o Celta é visto como um ‘nascedor’ de ideias. Você traz a ideia aqui e a gente transforma em empresas. Hoje, o Celta se tornou já a referência não só no Brasil, mas fora do Brasil também, sobre a incubação de empresas para transformar uma ideia em realidade”, explica Tony Chierighini, Diretor Executivo do CELTA/Fundação CERTI.
O diretor afirmou ainda que o papel de uma incubadora é encurtar caminhos. “A burocracia atrapalha e a burocracia vira inércia, por isso é necessário derrubar essas barreiras”, completou.
ACATE
O Centro de inovação da associação catarinense de tecnologia fez parte do roteiro. A equipe foi recebida por Gabriel Sant’Ana Palma Santos, Diretor Executivo, que falou sobre a atuação da Acate que cria links entre os ecossistemas onde todos podem crescer. A metodologia envolve mostrar o caminho para que as empresas possam a cada etapa ficar mais independentes.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento e Inovação, Sávio Denardi, o objetivo do encontro foi possibilitar a transferência de metodologias e a realização de mentorias para alavancar o setor. “A experiência de quem está no topo dos sistemas de inovação é fundamental para elevar os investimentos e projetos de Guarapuava a um outro patamar. Vamos estreitar relações e procurar seguir os bons exemplos”, disse.
Negócios recentes dão conta de investimentos bilionários nos últimos anos na economia catarinense em função da venda de empresas de tecnologia que surgiram por meio dos programas aceleradores e se destacam no mercado. Parte desse progresso se deve a atuação do poder público.
“Atualmente temos o fundo garantidor que auxilia as empresas de tecnologia a conseguirem créditos e começar os negócios. As políticas públicas também são fundamentais para facilitar a abertura e desenvolvimento de empresas criando um ecossistema para potencializar ideias e novos mercados. Para se chegar lá é uma receita de bolo, tem que ter metodologia”, afirmou Gabriel.