Guarapuava recebe da Sesa aparelhos para o SAMU Regional

O Consórcio Intergestores de Saúde da 5ª Regional (CIS5RS), recebeu nessa segunda-feira (14), da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), aparelhos de radiocomunicação, repetidoras, transmissores e duplexadores que irão auxiliar o atendimento de ocorrências, do Serviço Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

De acordo com o coordenador do SAMU Regional, Dr. Rodrigo Lagos, a ferramenta será utilizada nas viaturas, para se comunicar com as bases dos onze municípios que compõem o SAMU regional.

“Com esses equipamentos o SAMU vai produzir uma rede de rádio para comunicar todas as ambulâncias das bases com a nossa central que ficará em Guarapuava, dessa forma trazendo agilidade e suporte entre todas as equipes. É mais uma fase do complexo projeto de regionalização do SAMU, a montagem do sistema de comunicação e logística dessas equipes, para que o atendimento de urgência e emergência seja unificado entre os 20 municípios que vai totalizar o universo de 460 mil habitantes”, destacou.

“É mais um passo para a concretização do nosso SAMU. E, é uma alegria ver o Consórcio que por tanto tempo foi planejado e sonhado, começar a operacionalizar, iniciando com as atividades do SAMU Regional. É gratificante para o consórcio e para nós da gestão, saber que estamos avançando ainda mais na saúde de Guarapuava e região”, ressaltou o prefeito e presidente do Consórcio Intergestores de Saúde da 5ª Regional (CIS5ªRS), Celso Góes.

Para a diretora executiva do CIS5ªRS, Maria José a chegada dos equipamentos será fundamental para que os serviços do SAMU funcionem na sua totalidade. “É um instrumento que faz com que toda comunicação entre nas bases aconteça de forma eficiente, ajudando a melhorar o atendimento e a salvar muitas vidas na nossa região. Aproveito também para agradecer toda a gestão e a mobilização do prefeito Celso, como presidente do Consórcio que desde o início trabalhou muito para ter a adesão dos 20 municípios, que fazem parte do consórcio e também da implantação do SAMU”, ressaltou.

Ainda na entrega, a nova diretora da 5ª Regional de Saúde, Janaina Rodrigues Dias, enalteceu os avanços da implantação do SAMU. ”Estou feliz em participar desse momento tão importante para Guarapuava e região. E esses equipamentos vêm para ajudar nesse avanço e para concretização de um sonho que irá transformar a saúde de Guarapuava”, finalizou.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.