Unicentro: Curso de Educação Ambiental e Crise Climática está com inscrições abertas

Trazer informações, trabalhar possibilidades e novos recursos que tratem da emergência climática. Esses são os principais objetivos do curso ‘Educação ambiental e crise climática: uma abordagem emergente para a transição ecossocial’ que está com inscrições abertas até o dia oito de março.

Segundo a coordenadora do curso ofertado pelo Núcleo de Educação Ambiental da Unicentro, Adriana Kataoka, a formação pretende promover discussões e reflexões sobre o tema, e posteriormente incentivar ações que abordem a crise ambiental.

“Ações de mitigação e adaptação para o enfrentamento da crise climática, porque a crise climática já se faz presente, todo mundo está acompanhando pela mídia as enchentes, a seca, o calor, mas as vezes parece muito distante da vida de cada um. Então, o curso visa trazer essa consciência de que a crise climática está presente, os cenários são muito complicados, a tendência é piorar e nós precisamos contribuir nesse sentido”, disse Adriana.

A professora Adriana destacou que o projeto será ministrado de forma remota e será dividido em três módulos: o primeiro contará com a formação, estudos e participação de profissionais pesquisadores da área. Já no segundo, o aluno irá propor um projeto de intervenção que será discutido posteriormente no terceiro módulo.

“O segundo módulo tem a ver com a intervenção. Então, a proposta entregue no módulo anterior começa a ser implementada e terá acompanhamento, assessoria de um grupo de pesquisadores em educação ambiental de diversas universidades.

O terceiro módulo tem a ver com a socialização, será um momento em que os professores ou participantes em geral, poderão socializar as suas experiências. Então, eles vão entregar um relato de experiência sobre a intervenção realizada que poderá ser de diversos formatos”, explicou.

O projeto é aberto a todos os públicos, com ênfase na formação de professores interessados na crise climática global.

“Qualquer pessoa pode participar do curso. Claro que há uma ênfase na participação dos professores, porque os professores são formadores de opinião pública, disseminadores de informações, mas também é aberto a gestores, aberto a membros em geral da comunidade, porque a crise climática tem essa urgência, todos nós de certa forma contribuímos para o seu acirramento ou para sua mitigação”, detalhou a professora.

Além disso, a coordenadora do projeto ressaltou a necessidade do conhecimento do tema educação ambiental, já que esse é um tema que afeta a todos nós.

“No que diz respeito a crise climática, esse aprofundamento do tema por meio da educação ambiental, ela vai promover uma ampliação do olhar das pessoas sobre a crise climática, mostrando que ela não está distante de nós, ela está muito próxima e que nós temos sim algo a ser feito em relação a ela”.

Para se inscrever, basta acessar o site unicentro.br/educacaoambiental e preencher o formulário disponível. Mais informações no 3629-8180.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.