Fundo Rotativo ajuda na estrutura de escolas estaduais

Muitas escolas estaduais do Paraná já utilizam os recursos da cota especial do programa Fundo Rotativo enviados pelo Governo do Estado no fim do ano passado. São mais de R$ 33,2 milhões destinados à aquisição de material para pintura, para serviços de instalação de aparelhos climatizadores e de melhorias nos espaços escolares, além de alimentos.

Pelo programa Fundo Rotativo, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte repassa recursos de maneira descentralizada para as escolas. A medida possibilita aos gestores das instituições de ensino uma maior autonomia e agilidade para a utilização do dinheiro na compra de materiais de expediente, limpeza ou pedagógicos ou até mesmo para efetuar pequenos reparos na infraestrutura. São 14 cotas normais repassadas durante o ano, que podem ser aplicadas em compras, serviço ou reparos.

Já a cota especial é destinada, exclusivamente, a ações que fazem parte de programas e projetos desenvolvidos pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar) ou pela Secretaria da Educação.

“Com essa cota especial, buscamos agilizar a realização de algumas ações pretendidas pelos diretores das escolas que trazem benefícios aos estudantes, respeitando a realidade de cada uma das instituições de ensino”, comentou o diretor- presidente do Instituto Fundepar, Marcelo Pimentel Bueno.

Consumo – Quinze escolas receberam uma cota consumo para a compra de tinta e materiais de pintura. O serviço será realizado pelo programa “Mãos Amigas”, que utiliza mão de obra de detentos para pequenos serviços de manutenção e conservação de prédios escolares.

Alimentação – Desde novembro de 2021, foram investidos mais de R$ 14,5 milhões para a compra de alimentos com o objetivo de ampliar a variedade dos cardápios servidos aos estudantes.

Aplicação – A aplicação dos recursos do Fundo Rotativo deve ter a aprovação e o acompanhamento da comunidade escolar e as escolas precisam estar com as prestações de contas regularizadas para receber o dinheiro.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.