As famílias selecionadas receberão um salário mínimo para dar um lar a crianças em situação de risco, por tempo determinado
Continuam abertas as inscrições para as famílias interessadas em participar do programa Família Acolhedora. O programa, que é uma parceria entre a Prefeitura de Guarapuava, a Secretaria de Assistência Social, Fundação Proteger e o Poder Judiciário, tem como objetivo auxiliar crianças e adolescentes que são afastados temporariamente do convívio familiar de origem. Ele foi lançado oficialmente no dia 11 de maio na cidade, e cadastra e capacita famílias da comunidade para receber em suas casas, por período determinado, crianças, adolescentes ou grupos de irmãos em situação de risco pessoal e social.
Vínculo familiar
De acordo com a coordenadora do Família Acolhedora e presidente da Fundação Proteger Eliane De Carli, há muitas famílias buscando informações sobre o programa, porém há muito receio dessas famílias a respeito da responsabilidade que o acolhimento exige.
Para Eliane, o vínculo que se deve estabelecer entre a criança e a família é o aspecto mais importe do programa. “Queremos que venham famílias que realmente queiram fazer a diferença na vida dessas crianças. Que venham aquelas pessoas que querem fazer o papel de pai e de mãe, pra que essas crianças se sintam inseridos no seio de uma família”, diz a coordenadora.
Para a assistente social Lidiane Andrade Voltrin, crianças e adolescentes institucionalizados muitas vezes não possuem referência familiar. E o objetivo do Família Acolhedora é exatamente esse: promover um vínculo afetivo. ” Toda criança e adolescente precisa da convivência familiar. Mesmo que seja por tempo determinado, no momento em que for rompido, haverá uma lembrança boa para a criança. É um aprendizado não só para ela como para a família que irá a acolher”, acentua.
Como funciona?
A Secretaria de Assistência Social tem uma equipe, coordenada pela assistente social Lidiane, que juntamente com um auxiliar administrativo, outro assistente social e um psicólogo são responsáveis por cadastrar essas famílias, fazer uma triagem, uma entrevista psicossocial, uma avaliação e capacitação, e após o acolhimento, um acompanhamento durante todo o período em que a criança e adolescente estiver com a família, que recebe 1 salário mínimo por mês durante o acolhimento.
A criança ou adolescente fica com a família pelo período em que durar o seu processo judicial. Esse período é de no máximo 2 anos. No caso de adolescentes esse processo pode demorar mais tempo, e ele ficar até que complete 18 anos com a família.
Para participar, é preciso ter no mínimo 21 anos, sem restrição ao sexo e estado civil, não estar inscrito no Cadastro Nacional de Adoção, residir no mínimo há 1 ano em Guarapuava, participar do processo de habilitação e das atividades do serviço e parecer psicossocial favorável, expedido pelo Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora. A seleção das famílias inscritas será feita através do estudo e análise de documentação. As famílias selecionadas assinarão um termo de adesão que será homologado pelo Juízo da Vara da Infância e Juventude. Os interessados devem procurar a Fundação Proteger para mais informações sobre o cadastro e a inscrição.