Unicentro: bibliotecas voltam a ter atendimento presencial

As bibliotecas da Unicentro, que estavam com horário de atendimento diferenciado, em virtude da pandemia de coronavírus, retornaram com as atividades presenciais.

Agora, os usuários podem circular pelos corredores e consultar o acervo disponível nas prateleiras. No Cedeteg e no Santa Cruz, o atendimento é realizado em dois turnos – pela manhã, das 8 horas ao meio-dia; e a tarde, entre 13h e 17 h. Já no campus Irati, o horário de atendimento diário é das 8h30 às 11h.

O retorno dos atendimentos, como explica o diretor-geral da biblioteca, Fabiano Jucá, foi feito de forma progressiva. “Depois que a cidade saiu da bandeira laranja e foi para a amarela, nós fomos liberando o acesso aos poucos, à medida que os números de casos ativos na cidade diminuíram.

Quando caiu para menos de 1000 casos ativos, nós reabrimos, de fato, a biblioteca para o público, para atendimento não somente via guichê, mas também no local, no espaço de circulação, atendimento e acervo”.

De acordo com Fabiano, o limite de pessoas, simultaneamente, dentro da biblioteca, por enquanto, é de cinco pessoas. Os usuários podem circular normalmente pelo espaço e, inclusive, estudar no local.

Porém, precisam seguir todos os protocolos de segurança. “O uso de máscara é obrigatório. Temos também dispensers de álcool gel na entrada das bibliotecas e a gente tem procurado evitar que as pessoas fiquem muito próximas nas mesas. Até o momento, em função do fluxo pequeno, nós não sentimos a necessidade de fazer agendamento para que eles estudem lá dentro”.

Fabiano ainda lembra que a devolução dos livros – tanto os emprestados a partir de agora, quanto o acervo que já estava com os usuários das bibliotecas – também já foi retomada.

“Inclusive, todo o material que ainda está emprestado desde o início da pandemia, lá em março de 2020, pode ser devolvido sem cobrança de multa” reforça.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.