Paraná recebe 548 mil vacinas contra a Covid-19 

Mais um grande lote com 548.060 vacinas contra Covid-19 desembarcou no Paraná entre sexta-feira (02) e este sábado (03). A remessa é integrada por 181.530 doses da Covishield, produzida na parceria AstraZeneca/Fiocruz/Universidade de Oxford, 233.150 da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, e 133.380 da Pfizer/BioNTech.

Enquanto as doses da AstraZeneca são destinadas para a segunda dose (D2) de grupos com vacinação já iniciada no Paraná, as da Janssen e Pfizer/BioNTech serão encaminhadas para o avanço da vacinação da população em geral por faixa etária e complementação de grupos já em processo de imunização.

Neste final de semana o Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar) fará a divisão, validação e separação das doses. A distribuição para as 22 Regionais da Saúde deve ocorrer a partir de seguna-feira (5).

As doses da Pfizer/BioNTech chegaram na noite de sexta-feira. As da Astrazeneca e as da Janssen neste sábado, às 8h15 e às 13h25, respectivamente.

900 Mil – Esta remessa integra a 28ª pauta de distribuição do Ministério da Saúde, que concentra, ao todo, 909.550 imunizantes – a maior até o momento. A remessa foi dividida e enviada com alguns dias de intervalo, conforme a disponibilidade dos imunizantes pelas fabricantes.

Parte das doses já foi entregue para os municípios paranaenses nesta semana: 84.240 doses da Pfizer/BioNTech e 277.250 da Fiocruz/AstraZeneca. Elas já estão sendo aplicadas neste final de semana.

Em sua maioria, as doses são destinadas ao avanço da vacinação da população em geral, realizado por faixa etária. A meta estabelecida pela Secretaria estadual de Saúde é de aplicar a primeira dose ou dose única em 80% da população-alvo até agosto, e 100% até setembro.

Vacinômetro – Até a manhã deste sábado (3), o Paraná aplicou 5.830.476 doses de vacinas contra a Covid-19. Foram 4.442.760 primeiras doses, 1.338.278 segundas doses e 51.362 doses únicas. Com 4.494.122 pessoas que receberam D1 ou dose única, o Paraná já iniciou a imunização de 51,5% de toda a população adulta.

Desde o início da campanha, o mês de junho foi o período em que o Paraná mais recebeu e aplicou vacinas contra Covid-19. A expectativa é de aumentar o ritmo em julho.

Os dados são do Vacinômetro do Sistema Único de Saúde (SUS), painel que atualiza em tempo real os dados fornecidos pelos municípios através da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.