233.150 vacinas da Janssen chegam neste sábado ao Paraná

Um novo lote de 233.150 doses de vacinas contra Covid-19 da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, chega ao Paraná na tarde deste sábado (03). As doses serão enviadas ao Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, no voo comercial LA-3762. A aterrissagem é esperada para as 13h25.

De lá, as doses são enviadas para o Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), para conferência e organização, para depois serem encaminhadas às 22 Regionais do Estado. A remessa integra um lote de 3 milhões de doses da Janssen, distribuídas para todo o país.

As doses são destinadas ao avanço da vacinação da população em geral, realizado por faixa etária, e grupos prioritários. A meta estabelecida pela Secretaria estadual de Saúde é de aplicar a primeira dose ou dose única em 80% da população-alvo até agosto e 100% até setembro.

As vacinas fazem parte da 28ª pauta de distribuição do Ministério da Saúde, que soma 909.550 doses enviadas ao Paraná. Parte das doses já foi entregue para os 399 municípios paranaenses nesta semana. Foram 84.240 doses da Pfizer/BioNTech e 277.250 da Fiocruz/AstraZeneca/Oxford, distribuídas ao longo desta sexta.

A 28ª pauta também soma 133.380 vacinas Pfizer/BioNTech, que chegaram ao Estado na noite desta sexta-feira (2), e 181.530 doses da Covishield, produzida pela AstraZeneca/Fiocruz/Oxford, que são esperadas para a manhã deste sábado (3).

Vacinômetro – Até a noite desta sexta-feira (2), o Paraná aplicou 5.799.910 doses de vacinas contra a Covid-19. Foram 4.413.165 primeiras doses, 1.377.011 segundas doses e 49.734 doses únicas. Com 4.462.899 pessoas que receberam D1 ou dose única, o Paraná já iniciou a imunização de 51,17% de toda a população adulta.

Desde o início da campanha, o mês de junho foi o período em que o Paraná mais recebeu e aplicou vacinas contra Covid-19.

Os dados são do Vacinômetro do Sistema Único de Saúde (SUS), painel que atualiza em tempo real os dados fornecidos pelos municípios através da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

Deixe um comentário

Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.