Um novo prêmio, mas um velho vencedor. A Fifa revelará nesta segunda-feira, em Zurique, a partir das 15h30, o vencedor do primeiro troféu “The Best”, criado após a “Bola de Ouro” voltar a ser organizada apenas pela revista “France Football”. O argentino Lionel Messi, do Barcelona, e o francês Griezmann, do Atlético de Madrid, estão no disputa, mas Cristiano Ronaldo deverá ser eleito pela quarta vez pela entidade como o melhor do mundo, coroando seu 2016 perfeito com as camisas de Real Madrid e Portugal.
De 1991 a 2009, a Fifa entregou o troféu “Melhor Jogador do Ano”, paralelamente à “Bola de Ouro” da “France Football”. Cristiano Ronaldo venceu ambos em 2008. De 2009 a 2015, os dois prêmios se uniram como “Bola de Ouro Fifa”, que foi para as mãos do português em 2013 e 2014. O maior ganhador dos troféus da entidade que organiza o futebol mundial é Messi, que levou a melhor em 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015.
Já dono da “Bola de Ouro” da “France Football” em 2016, Cristiano Ronaldo vem de uma temporada que beirou a perfeição em 2015/2016 com os títulos da Liga dos Campeões, pelo Real Madrid, e da Eurocopa, com Portugal.
A tradicional “Festa de Gala” da Fifa terá mudanças neste ano. O evento deixará de ser em um teatro de Zurique para ser organizado em um estúdio de televisão. A apresentação será feita pela atriz americana Eva Longoria e o alemão Marco Schreyl. Rebatizada de “The Best”, a premiação agora também dá voz aos torcedores. Os votos populares computados pela internet têm um peso de 25% na contagem final; jornalistas escolhidos pela Fifa têm outros 25% e os 50% restantes são os votos de técnicos capitães das seleções nacionais.
Messi fez mais gols (59 a 55), deu mais assistências (32 a 17), mas o peso dos títulos conquistados por Cristiano Ronaldo e sua impressionante produção pela seleção portuguesa (13 convocações, 13 gols, três assistências) já lhe renderam a “Bola de Ouro” e muito provavelmente vão garantir o troféu da Fifa.
Fernando Santos, Zidane e Ranieri disputam entre técnicos
Se não há dúvida sobre quem será coroado entre os jogadores, a disputa entre os técnicos parece mais aberta. Entre os candidatos estão os dois técnicos que deram voltas olímpicas em 2016 graças à ajuda de Cristiano Ronaldo: Fernando Santos, campeão da Euro, e Zinedine Zidane, do Real Madrid.
O terceiro concorrente é o veterano Claudio Ranieri, 65 anos, 30 de carreira, o responsável por guiar o Leicester (o Leicester!) ao título da Premier League na Inglaterra. Um feito tão notável que três jogadores do time (Kanté, Mahrez e Vardy) ficaram entre os 23 finalistas na disputa de melhor jogador.
Possíveis prêmios para o Brasil: Marta e Puskás
O prêmio para a melhor jogadora tem a volta de Marta ao pódio. A brasileira esteve entre as três melhores do mundo de maneira ininterrupta de 2004 a 2014 — e faturou o primeiro lugar cinco vezes seguida, entre 2006 e 2010 — mas ficou fora da lista em 2015. Medalha de bronze na Olimpíada do Rio, Marta disputa o trono com a alemã Melanie Behringer e com a atual detentora da coroa, a americana Carli Loyd.
A outra chance de prêmio para o Brasil está no Puskás, o “Oscar” de melhor gol do último ano. A pintura do corintiano Marlone contra o Cobresal, pela Copa Libertadores, ficou entre os três finalistas. Marlone concorre contra a venezuelana Daniueska Rodríguez (um golaço de canhota após humilhar zagueiras da Colômbia no Sul-Americano sub-17) e o malaio Mohd Faiz Subri (que imprimiu um efeito incrível na bola numa cobrança de falta de 40 metros de distância).
Além dos prêmios individuais, na cerimônia desta segunda-feira serão revelados o “time ideal do ano”, resultado de votação feita pelos próprios jogadores filiados ao Sindicato Mundial da categoria, e o “Fan Award”, uma novidade criada pela Fifa para premiar o melhor momento das arquibancadas em 2016.
Os três finalistas desta categoria são europeus: a torcida do ADO Den Haag, da Holanda, que atirou centenas de brinquedos de pelúcia para torcedores do Feyenoord, que na verdade eram funcionários de um hospital infantil; os torcedores de Liverpool e Borussia Dortmund cantando juntos “You’ll Never Walk Alone” no aniversário da tragédia de Hillsborough; e a impressionante reação da torcida da Islândia durante a Eurocopa do ano passado.
Não houve tempo para a inclusão da homenagem da torcida do Atlético Nacional de Medellín para a Chapecoense.