Covid-19: Parana ultrapassa 900 mil casos confirmados

A secretaria de Estado da Saúde divulgou neste sábado (17) 3.099 casos confirmados e 115 mortes em decorrência da infecção causada pelo novo coronavírus.

Os números são referentes aos meses ou semanas anteriores e não representam a notificação das últimas 24 horas.

Os dados acumulados do monitoramento da Covid-19 mostram que o Paraná soma 900.165 casos confirmados e 20.167 mortos em decorrência da doença.

Os casos confirmados divulgados nesta data são de abril (2.687), março (300), fevereiro (36) e janeiro (25) de 2021 e dos seguintes meses de 2020: maio (1), junho (1), setembro (2), outubro (2), novembro (6) e dezembro (39).

Internados – 2.428 pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19 estão internados. São 1.958 pacientes em leitos SUS (970 em UTI e 988 em leitos clínicos/enfermaria) e 470 em leitos da rede particular (289 em UTI e 181 em leitos clínicos/enfermaria).

Há outros 2.354 pacientes internados, 920 em leitos UTI e 1.434 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos da rede pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo Sars-CoV-2.

Óbitos – A Sesa informa a morte de mais 115 pacientes. São 52 mulheres e 63 homens, com idades que variam de 21 a 86 anos. Os óbitos ocorreram de 1º de dezembro a 17 de abril de 2021.

Os pacientes que foram a óbito residiam em: Curitiba (15), Maringá (10), Foz do Iguaçu (9), Agudos do Sul (6), Londrina (6), Apucarana (5), Guarapuava (5), Morretes (5), Pinhais (3), São José dos Pinhais (3), Toledo (3), Almirante Tamandaré (2), Cascavel (2), Colombo (2), Congonhinhas (2) e Fazenda Rio Grande (2).

A Sesa registra ainda a morte de uma pessoa que residia em cada um dos seguintes municípios: Arapoti, Cambé, Campo Largo, Campo Magro, Capitão Leonidas Marques, Carlópolis, Castro, Catanduvas, Clevelândia, Corbélia, Francisco Beltrão, Inácio Martins, Itaipulândia, Itaperuçu, Jandaia do Sul, Joaquim Távora, Lapa, Mandirituba, Mangueirinha, Marechal Cândido Rondon, Paranaguá, Piraquara, Ponta Grossa, Renascença, Santa Mariana, Santo Antônio da Platina, Santo Antônio do Sudoeste, São José das Palmeiras, São Mateus do Sul, Sarandi, Saudade do Iguaçu, Sertanópolis, Tibagi, Turvo e União da Vitória.

FORA DO PARANÁ – O monitoramento da Sesa registra 5.586 casos de residentes de fora, 130 pessoas foram a óbito

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Relatório confirma Paraná como líder nacional em doação de órgãos

Pelo segundo ano seguido, o Estado lidera o País em doações, com 42,3 doadores por milhão de população (pmp) em 2024 – mais que o dobro da média nacional, de 19,2 pmp

Pelo segundo ano consecutivo, o Estado lidera o País em doações de órgãos, com 42,3 doadores por milhão de população (pmp) em 2024 – mais que o dobro da média nacional, de 19,2 pmp. Esse é o principal indicador, que reflete a disponibilidade de doação. O Estado também lidera o indicador de doadores cujos órgãos foram efetivamente transplantados, com 36 pmp, contra 17,5 pmp da média nacional.

Esse marco reflete não apenas números, mas histórias de solidariedade, amor ao próximo e esperança para centenas de pacientes que aguardam por um transplante. Os dados são do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), elaborado e divulgado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) nesta quinta-feira (10).

No Brasil, a decisão de doar órgãos após a confirmação da morte encefálica depende de um momento delicado: a autorização da família. Mesmo quando o desejo de ser doador foi registrado em vida, a palavra final cabe aos familiares, que passam por uma conversa cuidadosa com equipes especializadas e treinadas pelo Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR). No Paraná, essa abordagem se mostrou mais eficaz, com o Estado registrando a menor taxa de recusa familiar do País—apenas 28%, frente à média nacional de 46%.

“Para nós é motivo de muito orgulho manter esse destaque em doações e transplantes de órgãos. Os números demonstram mais uma vez que o Paraná é um Estado de gente muito solidária, que mesmo na dor, num momento de perda, ainda coloca a vida de outras pessoas em primeiro lugar”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Em números absolutos foram 500 doadores efetivos, que resultaram em 903 transplantes de órgãos e 1.248 transplantes de córneas. Com isso, o Paraná também atingiu o segundo lugar como Estado com maior número de transplantes de órgãos pmp com doadores vivos e falecidos, numa taxa de 76,4 pmp para doadores vivos (ficando atrás do Distrito Federal com 93,5 pmp) e 70,9 pmp para doadores falecidos (atrás também do Distrito Federal com 86,5 pmp).

Residente de Pato Branco, no Sudoeste, Márcia Soeli Pereira perdeu um filho de 37 anos, há oito meses, vítima de um aneurisma cerebral. Na época, mesmo com o luto, ela aceitou a doação de órgãos. “Eu aceitei doar todos os órgãos do meu filho e ele salvou três vidas com o fígado e os dois rins. Peço às pessoas que doem porque isso é um incentivo a mais para continuarmos vivendo, sabendo que uma mãe está feliz e que alguém vai viver graças a isso”, diz.

Transplantes – Foram realizados 1.248 transplantes de córneas, 550 transplantes de rim (sendo 52 de doadores vivos e 498 de doadores falecidos), 304 de fígado, seis de pâncreas e 43 de coração no Paraná em 2024. O Estado ficou em segundo lugar com maior número de transplantes de medula óssea no País, num total de 410 procedimentos, atrás somente de São Paulo, com 1.664.

O Paraná é o segundo Estado que mais fez transplantes de rim pmp, com taxa de 46,5 pmp, atrás do Rio Grande do Sul com 49,7 pmp; o terceiro com maior taxa pmp de transplantes de fígado, com 25,7 pmp, atrás do Ceará com 27,2 pmp e Distrito Federal com 42,9 pmp; e o quarto que mais realizou transplantes de coração, com 3,6 pmp, atrás de Minas Gerais com 3,8 pmp, Ceará com 3,8 pmp e Distrito Federal com 11,7 pmp.

O Paraná também se destaca nos transplantes pediátricos. O Estado atingiu a segunda maior taxa pmp de transplantes de coração na população de zero a 17 anos, com 2,4 pmp (atrás do Distrito Federal com 3,4 pmp), terceiro lugar em transplantes de fígado, com 6,1 pmp (atrás do Rio Grande do Sul com 8,5 pmp e São Paulo com 9,2 pmp), e quinto lugar em transplantes de rim, com 5,2 pmp (atrás do Rio de Janeiro com 5,7 pmp, São Paulo com 8,5 pmp, Distrito Federal com 10,1 pmp e Rio Grande do Sul com 13,2 pmp).

Alessandra Rosa da Silva é moradora de Curitiba e tem 49 anos. Em 2022 recebeu a notícia de que precisaria de um transplante cardíaco. Dois anos e cinco meses depois, em outubro de 2024, Alessandra recebeu um coração. “O meu coração estava grande, inchado, como dizem, e ele estava pressionando o pulmão. Os meus batimentos cardíacos eram entre 19, 14, 33 por minuto. Então ele não estava mais trabalhando o suficiente. Precisei desse transplante, fiquei entre tratamento e fila do transplante e não é fácil”, conta.

“Pra quem precisa de transplante sabe que é um momento triste, que a família do doador está passando, mas se puderem doar tem muita gente precisando mesmo, e para quem vai receber é uma bênção”, complementa.

No caso de Jair Cabral de Souza, de 56 anos, morador de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, o processo foi mais rápido. Em abril de 2024, durante uma internação, Jair ficou sabendo que o seu coração só funcionava 19%. “Nunca pensei que precisaria de um transplante, ainda mais de coração, foi um baque muito grande na minha vida e fiquei no fundo do poço”, diz.

Três meses depois, dia 25 de julho, ele recebeu o novo órgão. “A minha cirurgia foi um sucesso, hoje estou me sentindo bem e pra mim é uma nova vida”, afirma Jair. “Se não tivesse surgido essa doação, hoje eu não estaria aqui dando esse testemunho, por isso é muito importante que as famílias se conscientizem a doar. Eu não tinha esse propósito antes, mas hoje eu também sou um doador e muito grato a essa família que doou esse coração pra mim, que me deu e me trouxe uma nova vida”.

Capacitações – Para garantir a excelência no serviço, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) por meio do SET/PR investe em capacitação e sensibilização. Durante todo o ano passado foram promovidos 28 cursos sobre determinação de morte encefálica para médicos, 19 cursos sobre o processo de doação de órgãos e tecidos, oito cursos de acolhimento e entrevista familiar para doação, três cursos de formação de coordenadores hospitalares e dois cursos específicos sobre atuação no centro cirúrgico.

Também houve 75 palestras e ações de sensibilização que reforçaram a conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, capacitando mais de 1.100 profissionais de saúde.

Este ano já foram três cursos sobre determinação de morte encefálica para médicos, oito cursos sobre o processo de doação de órgãos e tecidos, cinco cursos de acolhimento e entrevista familiar para doação, seis cursos específicos sobre atuação no centro cirúrgico, um curso de planejamento e resultados  e  uma oficina entre os servidores da Central Estadual de Transplantes e das Organizações de Procura de Órgãos, totalizando cerca de 565 profissionais capacitados.

“As capacitações contínuas e a dedicação dos profissionais que atuam em todo esse processo de doação junto a toda essa organização, essa estrutura que o Paraná dispõe e, o mais importante, a solidariedade, a consciência das famílias em realizar a doação de órgãos, fazem do Paraná essa referência nacional em doação”, diz a coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes, Juliana Ribeiro Giugni.

Estrutura – O SET/PR é composto pela Central Estadual de Transplantes em Curitiba e quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), estrategicamente localizadas em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel.  Ao todo, 700 profissionais participam do sistema, em cerca de 70 Hospitais Notificantes, 34 equipes transplantadoras de órgãos, 72 equipes transplantadoras de tecidos (córneas, valvas cardíacas, musculoesqueléticos, pele e medula óssea), cinco laboratórios de histocompatibilidade, três laboratórios de sorologia e três bancos de tecidos, sendo dois de tecidos oculares e um de multitecidos (córneas, valvas cardíacas, musculoesquelético e pele).

Para agilizar a logística do transporte de órgãos no Estado, o Governo do Estado realizou a maior renovação de frota de veículos do SET/PR da história, com 18 automóveis novos, num investimento de R$ 1,9 milhão.

Além do transporte terrestre, o Paraná conta com uma estrutura aérea, com os aviões e helicópteros da Casa Militar disponíveis 24 horas por dia para o transporte de órgãos e das equipes do sistema estadual. Essa agilidade é necessária porque os procedimentos devem ser feitos de forma muito rápida, por causa do tempo de isquemia dos órgãos, que é o intervalo entre a retirada do doador e a cirurgia no transplantado.

Desde 2019 já foram realizadas 654 missões, com mais de 1,8 mil horas de voo para o transporte de milhares de órgãos. Ao longo de 2024, 832 órgãos foram transplantados no Paraná, segundo dados do SET/PR. Deste total, 250 precisaram de transporte aéreo em 133 voos, sendo 30 corações transplantados, 103 fígados e 117 rins. Este ano já foram realizados 34 voos para transporte de 42 órgãos.

Cada um destes órgãos tem um prazo máximo de isquemia, que é o tempo que o órgão resiste entre a retirada do doador e o implante no receptor. O mais complicado deles é o coração, cujo prazo máximo é de 4 horas. Um fígado pode resistir cerca de 12 horas e um rim até 36 horas.

Fila de Espera – Segundo o RBT, 67.879 pacientes ativos aguardam por um órgão no Brasil, sendo 3.401 no Paraná. De acordo com o SET/PR, o número é ainda maior. Dados do relatório estadual, divulgado em março deste ano, apontam que 3.843 pacientes estão aguardando por um órgão no Estado, sendo 2.035 homens e 1.808 mulheres. A maior demanda é por rim, num total de 1.955 pessoas, seguido por córneas com 1.631, fígado com 201, coração com 28, rim/pâncreas com 19, pulmão com seis e pâncreas com três.