Governador recebe o patriarca da Igreja Síria Ortodoxa de Antioquia

O governador Beto Richa recebeu nesta sexta-feira (04), no Palácio Iguaçu, em Curitiba, o chefe supremo da Igreja Síria Ortodoxa de Antioquia, Patriarca Ignatius Aphrem II Karim. Pela primeira vez no Brasil, o líder ortodoxo veio para acompanhar a situação dos refugiados sírios no País e manifestou sua preocupação com a perseguição aos cristãos no Oriente Médio, principalmente na Síria, Líbano e Iraque, em consequência da guerra.

Richa agradeceu a visita e destacou que o Paraná tem se empenhado para a integração dos refugiados que vêm para o Estado. Ele citou a inauguração, no início de outubro, do Centro Estadual de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas (Ceim), que oferece apoio aos aos que chegam a Curitiba. O Paraná sempre esteve aberto aos imigrantes e refugiados. Temos em nosso Estado a segunda maior comunidade sírio-libanesa do Brasil, lembrou o governador.

O governo estadual, disse ele, se propôs a resolver a necessidade dos refugiados sírios, com relação à emissão de documentos. Faremos o que estiver ao nosso alcance para apoiar os refugiados, para que eles se integrem à sociedade. Vamos nos esforçar, principalmente, para agilizar a emissão de carteiras de identidade para que possam conseguir emprego e começar uma nova vida aqui, disse Richa.

CRISTÃOS – O Patriarca Ignatius Aphrem lembrou que foi no Oriente Médio que surgiu o cristianismo e que a primeira igreja cristã é a de Antioquia, fundada por São Pedro. Segundo ele, a guerra na região tem intensificado a perseguição aos cristãos. É um momento delicado. Nossa preocupação é que os cristão sejam dizimados da região, disse.

O patriarca ressaltou o acolhimento do Brasil aos refugiados. Viemos ao País também para expressar nossa gratidão ao governo brasileiro pela posição que o Brasil vem tomando com relação à questão dos refugiados. Também agradecemos ao governo e ao povo do Paraná pelo acolhimento aos refugiados da Síria. Queremos soluções pacíficas para que a questão se desenvolva bem e que todos vivam em paz, afirmou.

Curitiba foi a última capital brasileira visitada por Ignatius Aphrem II, que esteve também em São Paulo, Goiânia, Campo Grande, Belo Horizonte e Brasília, onde foi recebido pelo presidente Michel Temer.

CEIM – O Ceim está localizado na Rua Desembargador Westphalen, 15, 13º andar, Edifício Dante Alighieri. No local, são oferecidas informações básicas para que migrantes, refugiados e apátridas tenham acesso às políticas públicas. O espaço é mantido em parceria pelas Secretarias de Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos; da Família e Desenvolvimento Social; da Educação, da Saúde e da Administração e Previdência.

PRESENÇAS – Acompanharam a visita o núncio apostólico da Igreja no Brasil, Dom Tito Paulo Hanna; o arcebispo de Hons, na Síria, Dom Silvanos Pedro; o relações públicas da Igreja no Brasil, monsenhor Paulo Milton, padres e diáconos da Igreja Ortodoxa no Paraná.

Com: AEN

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Propostas em tramitação na Assembleia visam melhorar o ambiente escolar para autistas

Os projetos de lei propõem substituir sinais sonoros por sinais musicais e a disponibilização de tampões auriculares para os alunos

Duas propostas que tramitam na Assembleia Legislativa do Paraná buscam visa promover um ambiente acolhedor e inclusivo para alunos com autismo. As proposições apresentadas na Casa pela deputada Flávia Francischini (União) e pelo deputado Jairo Tamura (PL) têm como objetivo substituir sinais sonoros por sinais musicais e disponibilizar tampões auriculares para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas paranaenses.

Apresentado pela deputada Flávia, o projeto de lei 87/2023 prevê que as medidas atinjam, além das escolas públicas, também os estabelecimentos particulares. “É uma medida que visa resguardar o bem-estar de crianças com autismo no ambiente escolar evitando incômodos sensoriais e reduzindo o risco de pânico. O sinal sonoro produz um alto ruído, muito similar ao som de uma sirene, o que pode gerar grande perturbação aos alunos que possuem hipersensibilidade auditiva. Essa condição é comum nos portadores de autismo, motivo pelo qual não é raro vermos crianças tapando os ouvidos quando expostas a barulhos intensos”, comentou a deputada.

Ela explica que o sinal musical também cumpre a função de alarme para indicar as horas de entrada, saída e os intervalos das aulas, mas, que em vez de usarem a sirene, eles podem usar músicas instrumentais, canções infantis e demais ritmos, a depender da escolha das equipes gestoras e da comunidade escolar. O texto também estipula multa no valor de 200 (duzentas) a 500 (quinhentas) Unidades Padrão Fiscal do Estado de Paraná – UPF/PR, a ser graduada de acordo com a gravidade da infração, o porte econômico do infrator, a conduta e o resultado produzido.

Já o projeto de lei 176/2025, apresentado pelo deputado Jairo Tamura, prevê substituir sinais sonoros por sinais musicais e disponibilizar tampões auriculares para as escolas da rede pública estadual. “A medida pode melhorar o desempenho escolar e o bem-estar dos alunos, permitindo que se concentrem nas atividades pedagógicas e interajam socialmente de forma mais eficaz”, afirmou o deputado.

Números

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, indica que cerca de 1 em cada 44  crianças com até 8 anos é diagnosticada com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Abrangendo cerca de 1% a 2% da população mundial. No Brasil, há aproximadamente dois milhões de pessoas com autismo.

Dados do Censo da Educação Básica indicam que houve um crescimento no número de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) matriculados em salas de aula regulares no Brasil. No Paraná, segundo estes dados, esse aumento foi de 53,3% nas matrículas, o que elevou o total de alunos com autismo de 18.895 para 28.927. Além disso, alunos com autismo frequentemente apresentam hipersensibilidade sensorial, o que significa que são mais sensíveis a estímulos como sons, luzes e texturas. “Sons altos e repentinos, como os sinais sonoros tradicionais, podem causar desconforto, estresse e ansiedade, prejudicando o desempenho escolar e bem-estar destes alunos”, comentou o deputado Tamura.

De acordo com a justificativa da proposta, a maioria das pessoas é capaz de suportar barulhos de até 120 decibéis. Já o limite de quem é hipersensível aos ruídos é de 90 decibéis. Através do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III), o percentual foi de 53% e de 90% com alteração de sensibilidade para a modalidade auditiva, utilizando o Structured Interview for Assessing Perceptual Anomalies – ChildVersion (SIAPA-CV).

Os sinais sonoros das instituições de ensino públicas e privadas, também conhecidos como sirene ou cigarra eletrônica, podem gerar incômodos sensoriais às pessoas com TEA, devido a sua alta potência e intensidade, que podem ultrapassar facilmente os 110 decibéis. “A substituição de sinais sonoros por sinais musicais adequados e a disponibilização de tampões auriculares podem reduzir o desconforto e o estresse de alunos com TEA, criando um ambiente escolar mais acolhedor e inclusivo”, explicou Tamura. De acordo com o projeto, os tampões deverão ser disponibilizados pela Secretária Estadual de Educação.