Depois de fechar 2015 com aumento médio superior a 50%, as tarifas de energia elétrica deverão subir este ano também, mas abaixo da inflação. A avaliação é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.
Para Tolmasquim, a melhora nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas (em relação aos últimos dois anos), o que poderá contribuir para o desligamento das usinas térmicas (que produzem energia mais cara) até o final de abril, contribuirá para o menor reajuste das tarifas.
Posso garantir que a energia este ano vai subir bem menos. E a energia elétrica, que foi um problema no ano passado, vai contribuir para segurar a taxa de inflação. Isso não quer dizer que [as tarifas] não vão subir, mas subirão, sem dúvida, abaixo da inflação, disse Tolmasquim.
Tolmasquim destacou que a situação energética nas regiões Nordeste e do Norte – que enfrentam grave estiagem – ainda é preocupante por causa do fenômeno El niño, porém as chuvas no Sudeste estão ajudando a levar o nível dos reservatórios da região à normalidade.
Somente nos primeiros 15 dias de janeiro, o Subsistema Sudeste/Centro-Oeste subiu 3,8%, passando a 33,6% da capacidade máxima dos reservatórios, com tendência de continuar subindo até maio. A gente está aguardando para saber se os reservatórios vão continuar subindo com a mesma intensidade para saber o momento adequado de desligar as térmicas e aliviar o bolso do consumidor, disse, ressaltando o início do período de chuvas em Minas Gerais e em Brasília.
Para este ano, a oferta de energia deverá ser ampliada, passando de 6.428 megawatts (MW), registrados no ano passado, para pouco mais de 7 mil MW. A energia gerada pelas hidrelétricas continuará sendo a principal fonte fornecedora, com aumento de 60% a 70%. Em seguida, aparece a eólica, com alta de 25% de capacidade.
Entre as usinas que devem entrar em operação em 2016 para aumentar a oferta, está a de Teles Pires, além de Jirau e Santo Antônio. Já Belo Monte iniciará o processo para encher os reservatórios.