Que saudade que dá daquele tempo que comíamos na casa da vovó, aquela comidinha reforçada. E ai de quem não se alimentasse direitinho. Durante o dia tinham petiscos e o café da manhã era caprichado. Sentimos falta disso, mas o que não percebemos é que o nosso organismo também sente. Os hábitos alimentares de hoje em dia são a principal causa do aumento de peso e da obesidade. Nosso estilo de vida muitas vezes não permite que voltemos para casa a tempo de preparar um almoço com valor nutricional correto. Por isso alimentos industrializados, doces e gorduras acabam sendo o que mais comemos, ou damos de comer aos nossos filhos.
A nutricionista e professora da Faculdade Campo Real, Simone Carla Beninca, elenca os três principais fatores da obesidade: genética, hormônios e o ambiente. Este último é o mais preocupante, pois é mais iminente. Nele estão inclusos a alimentação, a falta de exercícios físicos e a quantidade de refeições diárias. Guarapuava, por ser uma cidade com hábitos interioranos, ainda não está numa situação tão preocupante, pois é nas grandes metrópoles que as pessoas passam o dia fora de casa e se alimentam da pior forma possível.
Uma pesquisa chamada Vigitel, encomendada pelo Ministério da Saúde, entrevistou 41 mil pessoas por telefone, de todo o Brasil. O número de pessoas com excesso de peso foi de 43% em 2006. De lá para 2014, demos um salto para 52,5%. O índice de obesidade cresceu de 11,9%, em 2006, para 17,9% em 20014. Estes números são preocupantes, não por causa da estética de quem está acima do peso ou obeso, mas sim pela saúde. Beninca alerta que a obesidade e o excesso de peso são um fator de risco em casos de diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Curiosidade: Algumas pesquisas apontam a independência da mulher como fator decisivo no aumento dos números de sobrepeso e obesidade. É claro que não podemos colocar a culpa nas mulheres, mas é fato que nos tempos em que elas estavam escravizadas à cozinha, a alimentação era bem mais balanceada.
Alguns cuidados no dia a dia podem reduzir as chances de engordar ou até ficar obeso:
– Um dos maiores males do mundo moderno é a falta de sono e, acredite, isso nos afeta de forma profunda. É durante a noite, com a quantidade correta de sono, que regulamos dois hormônios, um responsável pela fome e outro responsável pela sensação de estar saciado. Além disso, com menos tempo dormindo, sobra mais tempo para comer.
– A água tem a função de regular o sistema intestinal e portanto reduzir inchaços. Há quem faça a dieta da água, que assim como a dieta da chia não é recomendada. Nessa modalidade, se ingere um ou dois copos d’água 15 minutos antes de cada refeição, dando a sensação de que o estômago já está cheio. Com isso se come menos, mas pode ter graves consequências para o organismo.
– Bebidas alcoólicas são sim grandes vilões, pois têm muitas calorias, mais especificamente 7 calorias por grama, que são absorvidas integralmente. Além disso elas são as chamadas ‘calorias vazias’, pois não trazem outros nutrientes junto, resultando somente no acúmulo de peso.
A nutricionista Simone Beninca orienta mudanças no estilo de vida para manter o peso
– Evite o consumo excessivo de produtos industrializados, pois eles são fontes de açúcares e gorduras. Apesar da facilidade, o que é recomendado pelo Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, é retornar às origens, até a alimentação da vovó, rica em feijão, arroz, verduras, legumes, menos sódio e açúcar, e tudo natural.
– Medicamentos não desempenham papel central na hora de engordar. Apesar de alguns prov
ocarem pequenas alterações hormonais, não chega a ser o suficiente para levarmos em conta. Os únicos comprovados são os corticóides, mas só podem ser consumidos com receita e acompanhamento médicos, e mesmo assim os pacientes ficam cientes dos riscos.
– A tecla mais batida ainda é a dos exercícios físicos, e não sem motivo. O exercício é o que vai queimar gorduras, definir os músculos e manter a saúde em dia. Movimente-se mais, fique menos tempo sentado e em frente ao computador, troque saídas de carro por saídas à pé etc.
