Crianças x Tecnologia: como devo me posicionar?
Estamos vivenciando um período de avanço tecnológico onde o acesso à internet e as redes sociais se faz presente, ou seja, não há como negar que a tecnologia já faz parte da vida das crianças. Muito mais do que isso, algumas crianças passam horas e horas conectadas, e você já parou para verificar o que elas estão fazendo? Você tem esse monitoramento? Quanto tempo seu filho/a chega a passar na frente da tela?
Ferreira (2019) apresenta que oito em cada dez crianças e adolescentes brasileiros acessam a internet, e que crianças de 08 a 12 anos gastam em média 32 horas por semana online, sem acompanhamento de adulto, sendo que o ideal recomendado pela Academia Americana de Pediatria para essa faixa etária seria de até duas horas por dia.
Quando se trata de tecnologia em especial ao acesso à internet, temos duas faces da mesma moeda, pois, ao mesmo tempo em que possuímos um meio que proporciona interatividade com amigos e familiares, e agilidade nas pesquisas escolares, do outro lado há o acesso de conteúdos livres que podem ser inapropriados, além de que o uso descontrolado pode trazer prejuízo nas demais atividades do dia a dia, além de causar um vício.
Para que o acesso ocorra de forma segura, é preciso que os pais e/ou responsáveis acompanhem esses conteúdos de acesso, orientem seus filhos a respeito do risco e da cautela enquanto se utiliza das tecnologias. Faz-se necessário que se tenha uma conversa aberta com as crianças e adolescentes, enfatizando os conteúdos permitidos e as atividades que são inapropriadas. Vale também pontuar os limites, destacando quanto tempo de interação com as telas e que a criança e adolescente não deixe de fazer outras atividades para ficar apenas conectado.
E se meu filho/a pedir para criar um perfil em rede social? Devo proibir? Não é funcional trabalhar com a proibição tendo em vista que a tecnologia se faz presente na vida dos pequenos, ainda mais nesse momento em que as crianças e adolescentes utilizam esse meio para atividades escolares, portanto a orientação é a melhora aliada, bem como avaliar se seu filho/a tem maturidade e reponsabilidade para estar conectado nessa rede social, pois assim como nos atentamos a segurança de nossas casas, também precisamos conservar nossa privacidade.
Camila de Souza é psicóloga, especialista em Saúde Mental.