Pesquisa aponta crescimento de 1,08% no varejo paranaense no primeiro bimestre de 2020

Segundo dados da Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), o varejo paranaense apresentou alta de 1,08% no primeiro bimestre de 2020. O cenário ainda não reflete os efeitos da pandemia da Covid-19, que devem ser verificados a partir do mês de março e, sobretudo, em abril.

Até então, segundo a Fecomércio, os setores com maior elevação no volume de vendas eram as concessionárias de veículos (5,96%), farmácias (5,10%), autopeças (4,90%), combustíveis (4,61%) e lojas de departamentos (4,31%). Por outro lado, os segmentos de livrarias e papelarias (-11,37%), vestuário e tecidos (-9,89%), materiais de construção (-8,16%), óticas, cine-foto-som (-4,67%) e móveis, decorações e utilidades domésticas (-3,80%) apresentavam redução no faturamento no primeiro bimestre do ano.

A pesquisa mostra que entre as regiões pesquisadas, somente o varejo da Curitiba e Região Metropolitana e o Oeste exibiam elevação nas vendas, com 3,10% e 0,39%, respectivamente. O Sudoeste mantinha o mesmo patamar de receitas em relação ao primeiro bimestre de 2019, com -0,07%. Em Londrina, o comércio apresentava redução de 0,53%; em Ponta Grossa a retração acumulada era de 2,53% e em Maringá houve a diminuição mais expressiva no faturamento do varejo, com -4,56%.

Na variação mensal, os varejistas paranaenses tiveram redução de 6,68% no faturamento, especialmente nos ramos de móveis, decorações e utilidades domésticas (-26,85%), livrarias e papelarias (-18,39%), autopeças (-16,01), lojas de departamentos (-11,16%) e concessionárias de veículos (-9,95%). Por ter menos dias úteis, fevereiro tradicionalmente apresenta volume de vendas mais baixo do que em janeiro.

Mesmo assim, as vendas do mês de fevereiro foram 1,94% superiores às registradas em fevereiro do ano passado, inclusive os setores que haviam apresentado variação mensal negativa, tais como as concessionárias de veículos (9,50%) e as lojas de departamentos (8,78%).

Funcionários e folha de pagamento

O levantamento aponta que o número de trabalhadores no varejo foi 2,73% menor no primeiro bimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Em fevereiro deste ano, o quadro de funcionários das lojas foi 3,30% menor do que em fevereiro do ano passado e 0,67% inferior ao mês de janeiro.

Os segmentos que mais reduziram a força de trabalho nos meses iniciais do ano foram vestuário e tecidos (-8,94%), livrarias e papelarias (-8,48%), calçados (-7,73%), óticas, cine-foto-som (-7,54%) e materiais de construção (-6,42%). Somente as lojas de departamentos (9,48%), as concessionárias de veículos (3,42%), farmácias (1,93%) e de móveis, decorações e utilidades domésticos (1,26%) ampliaram o número de colaboradores.

No acumulado do bimestre, a folha de pagamento do varejo foi 0,25% menor na comparação com o acumulado em janeiro-fevereiro de 2019. Na variação mensal, a remuneração paga aos trabalhadores teve abatimento de 1,16%, decorrente de comissões menores em função de menos dias trabalhados em fevereiro. Já na comparação com fevereiro do ano passado, os salários pagos aos profissionais do comércio foram 1,07% maiores.

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Comércio inicia 2025 com crescimento, mas incertezas econômicas preocupam

Panorama da CNDL, mostra avanço nas vendas e no emprego, mas alerta para queda na confiança e pressão da inflação sobre consumidores e empresários

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgou a edição de abril de 2025 do Panorama do Comércio, com dados atualizados sobre o desempenho do setor varejista brasileiro. O relatório indica que o ano começou com crescimento nas vendas e geração de empregos, mas também destaca o clima de incerteza que afeta a confiança de consumidores e empresários.

Segundo números do IBGE, o volume de vendas do comércio varejista avançou 2,3% no acumulado de janeiro e fevereiro, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o chamado varejo ampliado — que inclui veículos, motos, peças e materiais de construção — registrou alta de 2,4%.

Esse desempenho positivo também se reflete no mercado de trabalho. Dados do CAGED mostram que, só em fevereiro, foram criadas 431.995 vagas com carteira assinada em todo o país, sendo quase 47 mil no comércio.

Apesar dos avanços, o cenário ainda inspira cautela. Os indicadores de confiança apontaram retração tanto na avaliação do momento atual quanto nas expectativas para os próximos meses. A queda mais acentuada foi justamente no componente futuro, refletindo o impacto de fatores como instabilidade fiscal, alta do dólar e perspectiva de juros ainda mais elevados.

Inflação como calcanhar de Aquiles

A inflação segue como uma das principais preocupações. O IPCA voltou a subir e já ameaça ultrapassar o teto da meta do Banco Central. Como resposta, a taxa Selic foi elevada para 14,25% ao ano, com possibilidade de novas altas. O crédito mais caro acaba afetando diretamente o consumo e pode frear o ritmo de recuperação do varejo.

Outro ponto de atenção está no endividamento das famílias. Mesmo com o aumento da renda média e o desemprego em patamares baixos, os dados da CNDL e do SPC Brasil mostram uma nova aceleração na inadimplência — tanto entre pessoas físicas quanto jurídicas.

Projeções para 2025

As projeções do mercado indicam um crescimento do PIB de 2,0% em 2025, abaixo dos 3,4% registrados no ano passado. A inflação estimada para o ano subiu de 5,0% para 5,6%, acentuando o risco de “desancoragem” das expectativas.

O início de 2025 mostra um comércio com fôlego, mas que precisa lidar com desafios macroeconômicos importantes. Para os lojistas de Guarapuava, o momento pede atenção redobrada à gestão financeira, à análise de crédito e ao comportamento do consumidor.

Com informações da Acig