Carnaval: Polícia Civil alerta para o golpe do aluguel

Milhares de veranistas descem ao Litoral do Paraná para curtir o Carnaval e a procura por quartos, quitinetes e casas aumenta muito, principalmente nos últimos dias que antecedem as festas de rua. Porém, nem sempre os preços baixos e as propostas fáceis são garantia de um bom negócio.

Os estelionatários acabam se aproveitando do fator financeiro e aplicando golpes que, e alguns casos, acabam sendo descobertos só quando o locatário chega no imóvel, criando um grande transtorno e frustrando o lazer e descanso das famílias.

“A Polícia Civil orienta que as pessoas procurem empresas já conceituadas, com nome, com registro e que estejam efetivamente atuando. Geralmente indicações de conhecidos são bem-vindas. Essa é uma das formas de se evitar cair em eventuais golpes”, destacou o coordenador das atividades da Polícia Civil no Verão Maior 2019/2020, delegado Gil Tesserolli. “A pessoa que procura hospedagem de última hora pode ser alvos mais fáceis, por isso a atenção deve ser redobrada”, completa.

Credibilidade – Ainda segundo o delegado, uma das primeiras medidas é verificar a credibilidade do locador, o histórico e referências, evitando contato com desconhecidos, principalmente contatos obtidos pela Internet. Neste caso, é importante checar o endereço do imóvel, se ele realmente existe e se o local oferece todas as vantagens apresentadas pelo locador. Caso opte por fazer o contrato direto com o proprietário, verificar os dados de identificação na conta de água, luz e condomínio, para saber se os documentos estão realmente no nome do proprietário.

Um dos meios mais utilizados pelas pessoas para pesquisar imóveis são os sites de busca e aplicativos de locação, os quais merecem atenção do locatário, pois a maioria não detalha as referências do locador ou sua reputação positiva de outros locadores. A dica é buscar por pessoas que tenham referência, ou diretamente em imobiliárias que possuam credibilidade no mercado.

Caso a pessoa tome as precauções necessárias e, mesmo assim, acabe sendo vítima do golpe, deve fazer o Boletim de Ocorrência e repassar a maior quantidade possível de informações do estelionatário, para que a equipe policial possa fazer as diligências necessárias que permitam a identificação e prisão do criminoso. “As delegacias do Litoral estão abertas 24 horas por dia, as pessoas devem nos procurar o mais rápido possível para que possamos apurar os fatos”, completou o delegado Gil.

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Itaipu faz pesquisa inédita para produção de dourados em tanque-rede

Primeira carga de seis mil peixes foi entregue na terça-feira. Objetivo é proporcionar mais uma opção de renda a pescadores e piscicultores da região

A Itaipu Binacional iniciou uma pesquisa inédita para a produção do peixe da espécie dourado (Salminus brasiliensis) em tanques-rede. A primeira carga com seis mil peixes jovens, com seis meses de idade, chegou na manhã dessa terça-feira (14) à Unidade Demonstrativa e Experimental de Aquicultura em Sistema Bioflocos.

O objetivo da pesquisa é desenvolver a cadeia produtiva dessa espécie e fornecer mais uma opção de renda às comunidades que dependem da pesca ou da aquicultura do reservatório para produção de alimento e faturamento.

Segundo o engenheiro agrônomo André Watanabe, da Divisão de Reservatório, a pesquisa pretende valorizar comercialmente a espécie cuja pesca é proibida no Paraná. “Quando alguém compra um peixe da pesca está extraindo um recurso limitado, havendo risco de extinção. Com a aquicultura, a gente consegue fornecer esse peixe para consumo humano sem impactar o estoque natural”, afirmou Watanabe.

Atualmente, não há produção de dourado em sistemas de tanques-rede no Paraná. Os filhotes que chegaram à Itaipu viajaram 12 horas de caminhão desde Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Quando chegaram, a primeira medida foi aclimatar a água, igualando a temperatura das caixas de transporte e do tanque onde eles passaram a ficar.

Depois disso, são mais dois meses para os peixes se recuperarem e ganharem peso antes de serem levados aos tanques-rede do reservatório. Os peixes jovens tinham em média 62 gramas quando chegaram à Unidade de Bioflocos; a previsão é que, em um ano, eles passem de um quilo e estejam prontos para serem comercializados. O dourado possui grande valor comercial, possibilitando o atendimento de nichos de mercado com produtos de alto valor agregado.

Watanabe explicou que a Itaipu estuda a construção de tanques-rede maiores, de 500 metros cúbicos – atualmente, são dois modelos de 7 m³ e de 24 m³ – especialmente para a produção do dourado que, por ser uma espécie carnívora e dominante, necessita de mais espaço para se adaptar. “É um peixe que também exige mais cuidado no manejo”, disse ele, mostrando os dedos com algumas marcas de mordida.

Sistema de bioflocos

Na cadeia produtiva do peixe, a fase que vai da larva até o peixe juvenil é a com maior índice de mortalidade, por isso são necessários vários cuidados para que o alevino sobreviva até a fase adulta. Isso acontece em um ambiente fechado e controlado, que utiliza o mínimo possível de água e não polui o meio ambiente: o sistema de bioflocos.

Os bioflocos são aglomerados de bactérias que consomem a amônia produzidas pelos peixes. Como subproduto, é gerado o nitrato que, em um segundo momento, é consumido por plantas aquáticas, em um outro tanque. Assim, a mesma água é reutilizada várias vezes.

A título de comparação, para cada quilo de peixe produzido no sistema de bioflocos, são consumidos em média 500 litros de água. Em um sistema convencional, são utilizados de 18 a 30 mil litros de água que, se não for tratada, contamina rios e lagos.

“O objetivo da Itaipu é estudar formas mais sustentáveis para produzir peixes, que não contaminem o nosso reservatório”, explica o técnico em aquicultura Celso Carlos Buglione, da Divisão de Reservatório da Itaipu, responsável pelas pesquisas sobre os bioflocos feitas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O Paraná é o maior produtor de peixes do País, com cerca de 200 mil toneladas de pescado por ano e mais de 70% dessa produção está na bacia onde o reservatório da Itaipu está localizado. As pesquisas buscam criar protocolos de alimentação, controle da qualidade da água, além da validação de custos e viabilidade econômica da produção de peixes nesse sistema.