Anatel vai desativar 460 mil telefones públicos no Brasil

Mais da metade dos orelhões desaparecerá, segundo decisão da estatal

De acordo com a Agência Nacional Telecomunicações (Anatel), os telefones são pouco utilizados e não geram receita suficiente para mantê-los. Desse modo, a agência decidiu eliminar 461,3 mil unidades – 60% dos 763 mil existentes.

Segundo a estatal, 81% dos orelhões realizam até quatro chamadas diárias, em média, por um tempo total de quatro minutos, o que reforça a tese de que as pessoas estão deixando os telefones públicos de lado.

A reportagem do Extra andou pelas ruas de Guarapuava para saber a situação dos telefones públicos. Durante algumas horas, nossa equipe rodou, pela cidade, e só encontrou uma pessoa (que não quis dar entrevista) utilizando o aparelho. Quanto a conservação, a maioria, observada pela reportagem, se encontra em bom estado de uso.

Ao que parece, realmente, as pessoas, cada vez mais, estão deixando de usar os chamados orelhões. Nunca mais usei, depois que comprei celular. Isso tem pra mais de dez anos, conta a dona de casa que não quis se identificar.

Desde 2010, último levantamento da Anatel, o Brasil tem mais telefones móveis que moradores. Os últimos números indicam que o Brasil tem quase 300 milhões de celulares, o que dá, mais ou menos, 136 celulares para cada 100 habitantes.

Segundo a agência reguladora, pesar da forte reversão do cenário, ainda, há quem recorra ao telefone público. Assim como a dona-de-casa, muita gente, que aderiu ao aparelho móvel, não quer mais saber do telefone público. Entretanto, esses mesmos são contra a diminuição no número de telefones. Sou contra. E se, numa emergência, a gente tá sem crédito, precisa de um orelhão e não tem por perto. Como é que faz, pergunta o bancário Orlando Moreira.

De acordo com a Anatel, a quantidade de telefones públicos caiu um terço no Brasil nos últimos dez anos. A média nacional atualmente é de 4,3 aparelhos para cada mil habitantes. O plano geral de metas para universalização, em vigor desde 2011 e válido até 2015, indica a quantidade mínima de quatro aparelhos a cada mil habitantes, mas o novo plano pode reduzir esse número para um.

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